TAKE UM - PALÁCIO DA FONTE GRANDE. Nova rodada de Ocupa Secult na reunião do Conselho Estadual de Cultura. Haviam avisado de que poderia haver atrasos na liberação de acesso ao auditório onde se realizaria a sessão. Um pequeno grupo aguardava na entrada, alguns mais, outros menos conhecidos. Trocamos impressões a respeito dos rumos do movimento e das expectativas em relação ao retorno a ser dado pela Secult. Tudo anunciava um impasse, e a grande reticência nas declarações do Secretário não ajudam de modo algum a definir rumos para as negociações. A chegada em bloco do Assédio Coletivo acendeu os ânimos, cumprimentos, contatos, posicionamentos. Partiu-Reunião.
Não houve retenção, e assim não houve maior aglomeração na entrada do Palácio da Fonte Grande, uma escolha que buscava ao mesmo tempo responder às acusações de distanciamento em relação ao centro de poder e marcar um território, “my space”. O auditório, sintomaticamente, é bem menor do que o espaço anterior, o que também ajudaria a diminuir a tensão durante os embates que se anunciavam. Rapidamente as cadeiras iam sendo ocupadas, lotação facilmente esgotada. O ambiente mais fechado provocava também um maior fechamento dos semblantes, a menor quantidade de público tornava as presenças mais nítidas, ainda que os olhares não necessariamente se encontrassem, e até se desviassem -- para evitar faíscas antes da hora. Havia menos ruído, havia mais clima.
Eu não poderia ficar até o final, e não estava com o celular. Não poderia acompanhar a comunicação em tempo real dos participantes do Ocupa Secult, não poderia acompanhar o fluxo da subversão, da contra-hegemonia. Uma pena, mas o cenário estava ali, montado. O gongo soou, os trabalhos foram instalados. Após uma breve abertura e confirmação da pauta, a palavra foi concedida a um convidado, Sub-Secretário de Orçamento da Secretaria de Estado da Fazenda, que apresentou dados gerais do orçamento governamental e sua lógica de organização. Não era suficiente. Finda a apresentação, questionamentos. Sobre a inadequação dos dados, sobre a falta de dados, sobre adequação das categorias que ordenam os dados. Sobre a falta de dados originados na Secult.
As falas foram sobrepondo as questões e demandas relacionadas na Carta apresentada na Reunião Extraordinária do Conselho Estadual de Cultura do dia 04 de maio. O Funcultura existe? Tem conta? Tem dotação orçamentária? O que é despesa e o que é investimento, no planejamento da Secult? Qual a natureza do relacionamento público do Instituto Sincades? Qual a perspectiva de remanejamento de verbas para atender às demandas de formação, de produção, de mediação, de difusão cultural, tanto para os editais quanto para os demais programas e ações da Secult? Aliás, quais são, oficialmente, os programas e ações institucionais de cultura da Secretaria de Estado da Cultura do ES? E, finalmente, qual a concepção de política cultural que constitui a diretriz de organização e distribuição do Orçamento da Secult? É o Plano Estadual de Cultura? Em que pé encontra-se a sua execução?
Precisei sair antes de ouvir as respostas. Não parecia que elas seriam satisfatórias. Mais à noite, voltei a acompanhar a trilha virtual de conversas dos ocupantes, mas o virtual tende a ser fragmentário e lacunar. Ainda não entendi bem se as propostas avançaram ou não, e em caso afirmativo, em que direções. A ferveção segue, e mesmo com a chuva chegando para refrescar um pouco os ânimos, a turfa ferve nos subterrâneos.
Em nota posterior à 73a. Reunião do Conselho Estadual de Cultura, o movimento Ocupa Secult faz um relato (a íntegra da nota encontra-se após meu texto). O texto aponta a contínua indefinição na postura do Secretário de Estado e Presidente do Conselho, sem adotar “uma metodologia clara de condução da Reunião do Conselho, fazendo com que as pautas corressem de forma aberta e aprovando o que lhe fosse conveniente” e protelando as votações do Conselho. O Ocupa Secult busca estabelecer um “espaço de diálogo público e direto, possibilitando o diálogo entre artistas, soiedade civil e governo, para acompanhamento das pautas e a execução das políticas públicas de cultura”. A água está no fogo, o feijão está na panela -- de pressão --, e não adianta dar só uma cozinhada. Stay tuned.
Não houve retenção, e assim não houve maior aglomeração na entrada do Palácio da Fonte Grande, uma escolha que buscava ao mesmo tempo responder às acusações de distanciamento em relação ao centro de poder e marcar um território, “my space”. O auditório, sintomaticamente, é bem menor do que o espaço anterior, o que também ajudaria a diminuir a tensão durante os embates que se anunciavam. Rapidamente as cadeiras iam sendo ocupadas, lotação facilmente esgotada. O ambiente mais fechado provocava também um maior fechamento dos semblantes, a menor quantidade de público tornava as presenças mais nítidas, ainda que os olhares não necessariamente se encontrassem, e até se desviassem -- para evitar faíscas antes da hora. Havia menos ruído, havia mais clima.
Eu não poderia ficar até o final, e não estava com o celular. Não poderia acompanhar a comunicação em tempo real dos participantes do Ocupa Secult, não poderia acompanhar o fluxo da subversão, da contra-hegemonia. Uma pena, mas o cenário estava ali, montado. O gongo soou, os trabalhos foram instalados. Após uma breve abertura e confirmação da pauta, a palavra foi concedida a um convidado, Sub-Secretário de Orçamento da Secretaria de Estado da Fazenda, que apresentou dados gerais do orçamento governamental e sua lógica de organização. Não era suficiente. Finda a apresentação, questionamentos. Sobre a inadequação dos dados, sobre a falta de dados, sobre adequação das categorias que ordenam os dados. Sobre a falta de dados originados na Secult.
As falas foram sobrepondo as questões e demandas relacionadas na Carta apresentada na Reunião Extraordinária do Conselho Estadual de Cultura do dia 04 de maio. O Funcultura existe? Tem conta? Tem dotação orçamentária? O que é despesa e o que é investimento, no planejamento da Secult? Qual a natureza do relacionamento público do Instituto Sincades? Qual a perspectiva de remanejamento de verbas para atender às demandas de formação, de produção, de mediação, de difusão cultural, tanto para os editais quanto para os demais programas e ações da Secult? Aliás, quais são, oficialmente, os programas e ações institucionais de cultura da Secretaria de Estado da Cultura do ES? E, finalmente, qual a concepção de política cultural que constitui a diretriz de organização e distribuição do Orçamento da Secult? É o Plano Estadual de Cultura? Em que pé encontra-se a sua execução?
Precisei sair antes de ouvir as respostas. Não parecia que elas seriam satisfatórias. Mais à noite, voltei a acompanhar a trilha virtual de conversas dos ocupantes, mas o virtual tende a ser fragmentário e lacunar. Ainda não entendi bem se as propostas avançaram ou não, e em caso afirmativo, em que direções. A ferveção segue, e mesmo com a chuva chegando para refrescar um pouco os ânimos, a turfa ferve nos subterrâneos.
Em nota posterior à 73a. Reunião do Conselho Estadual de Cultura, o movimento Ocupa Secult faz um relato (a íntegra da nota encontra-se após meu texto). O texto aponta a contínua indefinição na postura do Secretário de Estado e Presidente do Conselho, sem adotar “uma metodologia clara de condução da Reunião do Conselho, fazendo com que as pautas corressem de forma aberta e aprovando o que lhe fosse conveniente” e protelando as votações do Conselho. O Ocupa Secult busca estabelecer um “espaço de diálogo público e direto, possibilitando o diálogo entre artistas, soiedade civil e governo, para acompanhamento das pautas e a execução das políticas públicas de cultura”. A água está no fogo, o feijão está na panela -- de pressão --, e não adianta dar só uma cozinhada. Stay tuned.